Queda da Selic propõe estratégias para banco suprir gastos 

Em 11,75% a taxa básica de juros aumenta a demanda de crédito, e faz instituição apostar em operações com maior spread sem aumentar despesas com Provisões.  

Por Beatriz Rodrigues | NG3

Na última teleconferência de resultados referente ao 2º trimestre de 2023, o diretor executivo do Banco Bradesco, Octavio de Lazari, contou como o banco pretende compensar a carteira de crédito mesmo com a Selic em queda; “A queda da Selic já está contratada em um percentual menor do que o esperado, [junto com] o Produto Interno Bruto (PIB), e a queda na taxa de desemprego, essas expectativas são levadas para 2024, o que garante um ano melhor para economia com menor inadimplência”.   

Fomento na economia é desafio para o banco 

A previsão para 2024 e de deflação com a redução da Selic podendo chegar a 9%  ao ano, a queda do desemprego, e expectativa maior do PIB tornam o cenário econômico favorável para esse ano. 

Todo esse cenário irá estimular uma demanda maior de crédito, para ter uma originação com uma carteira melhor e baixo custo com Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), e NPL (empréstimos bancários não pagos). A instituição financeira aposta em operações com maior spread que suportam melhor a inadimplência. O banco confirma crescimento de tarifas que irá atingir o crédito pessoal, cheque especial, e as linhas normais de pessoa física. 

Octavio de Lazari, disse que a instituição irá privilegiar operações de pessoa física que tenham receitas e spread maiores, ou seja, que aquentam melhor a inadimplência; “Por outro lado, [essas operações] trazem margem de crédito, e maior receita. Esse equilíbrio é que vai permitir o maior crescimento da carteira de crédito”.  

Inadimplência muda resultado do Guidance  

Segundo o diretor executivo, 70% dos clientes são formados por pessoas físicas inadimplentes, é o principal ofensor da carteira de crédito, que muda o guidance da carteira, e entregam um Retorno sobre Investimento (ROI) de 2 anos atrás. Em compensação o CEO aponta a carteira com pessoa jurídica; “Nessa carteira temos bons clientes que dá pra gente operar com recebíveis, com um guidance de 1 a 5”. Mesmo sendo um guidance desafiador, para a instituição é mais vantajoso a renegociação das carteiras com inadimplência de pouco dias do que vender a carteira para recuperar o crédito.   

Outra solução apontada é o crescimento da base de clientes via mobile; “Para retê-los, gerar benefícios [é importante] que os clientes vejam que a tarifa é um benefício e não uma despesa. A Bradesco Asset vem trabalhando com novos fundos como taxas de performance [para] ter mais clientes, produtos e serviços”.  

Queda da carteira de crédito 

A carteira de crédito apresentou queda no trimestre em razão da política da taxa de juros, e ajuste na política de crédito, principalmente em portfólio de maior risco de pessoa de baixa renda, micro e pequenas empresas. A margem com mercado segue em recuperação, inadimplência curta de 15 dias se tem uma boa safra, já acima dos 90 dias um efeito desfavorável causado pela carteira de crédito.  

Na margem com cliente o impacto é momentâneo de maior originação com menor risco, o resultado do banco ainda está pressionado com despesas de PDD e contribuições negativas. A margem com cliente teve uma queda, reflexo do menor volume, devido ao mix de originação com menor risco. 

Despesas com PDD chegaram a 10,3 bilhões no trimestre o que representa um custo de crédito de 4,8%. Mesmo assim, segundo a instituição o guidance continua valido; “Essa já era uma perda esperada que destaca o NPL de 11,6 bilhões níveis ainda elevados referentes a performance de safras antigas”.  

Para 2024, o a instituição espera um menor crescimento da carteira para ajustar a inadimplência, reduzindo em 15 a 90 dias a inadimplência. Volta com originação para cliente de média e alta renda em produtos mais específicos com taxas de juros e maiores spreads; “O cenário parece mais favorável com a redução da taxa básica de juros, mas também com as reformas [do governo]. Com isso, teremos provisões menores para inadimplência, e a redução da PDD por conta da inadimplência vai permitir novas PDD que no trimestre foram 12 bilhões”, prevê Octavio.   

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