O corte começou em agosto do ano passado, acompanhado da melhora inflacionária.
Por Beatriz Rodrigues | NG3
Desde o segundo semestre do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o ciclo de queda na taxa básica de juro acompanhando a queda da inflação. Hoje a Nacional G3 preparou um conteúdo para explicar a relação da Selic com a inflação, como ela impacta nos investimentos, e estipula outras alíquotas.
Depois do sexto corte a Selic está em 10,75% ao ano, é importante compreender o impacto que ela tem nos empréstimos bancários, e nas aplicações financeiras de investidores.
Os empréstimos de curtíssimo prazo com vencimento em um dia, são empréstimos realizados entre as instituições financeiras, onde os títulos públicos são dados como garantia. Essa é a “Selic efetiva”, é o percentual de juros que está sendo aplicado no momento.
A “Selic meta” é colocada pelo Copom de acordo com a meta inflacionária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem como intuito controlar a inflação do país. Essa meta tem um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em um ano a inflação teve ficar em 2,5% a 5,5% para ser cumprida.
A taxa é reduzida ou aumentada para cumprir com a meta
Quando a Selic está em baixa a tendência de oferta de crédito é maior, as pessoas tendem a consumir mais, a economia fica aquecida, então a inflação sobe com todas essas demandas. Nesse cenário o Copom para cumprir com a meta do CMN, e controlar a inflação aumenta a taxa básica de juros deixando o crédito mais caro, e escasso. Sendo assim, também pode acontecer o efeito reverso, uma vez que a taxa está muito alta ela é reduzida para estimular o consumo.
Para investidores o cenário de aumento é propicio, a renda fixa como Títulos Públicos do Governo Federal, Letras de Câmbio, Certificado de Depósito Bancário (CDB) dentre outros. Todos esses papéis têm maior rentabilidade com a alta da Selic.
A Selic efetiva representa a taxa média de empréstimos entre os bancos, a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Durante o seu funcionamento os bancos realizam operações, o Banco Central obriga as instituições a encerrarem o dia com um saldo mínimo no caixa, registrado pelo Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
Sendo assim, o BACEN vende e compra títulos públicos de bancos, suponha que a taxa de juros irá subir, então o BACEN vende os títulos públicos a um preço mais barato, já que depois com a alta ele irá ter uma remuneração maior. O que vai implicar nas taxas cobradas pelos bancos, com os juros em alta é interessante para instituições aplicarem em outras operações de crédito, ou invés de manter o dinheiro aplicado nos títulos públicos.
Quando reduzida a Selic, o BACEN compra os títulos que os bancos têm em suas carteiras, ou invés de vendê-los. Assim, as instituições vendem esses títulos por um preço mais alto, o que deixa a remuneração dos títulos públicos mais baixa.
Esse é o plano real adotado no Brasil desde 1994, ainda no governo Itamar Franco para controlar a alta dos preços, época em que a inflação do país chegava a três mil por cento ao ano. O plano traça metas, controlas as contas, e fazer com que o país cresça economicamente.