Santander cresce em carteiras de cartões e veículos com média e baixa renda.
Por Beatriz Rodrigues | NG3
Na última teleconferência de resultados, o Vice-presidente executivo do Santander, Gustavo Alejo, destacou a evolução da carteira expandida com crescimento em todas as linhas de negócio, principalmente no varejo com destaque para pessoas físicas com forte desempenho de cartões, e financiamento de veículo com alcance de 5,5% na comparação trimestral.
Segundo o relatório, essa foi a melhor performance do semestre depois de vender as carteiras para recuperar o crédito; “Média e baixa renda, o banco consegue uma evolução clara na capacidade de entender e conversar, tem um maior vínculo e com isso tem o conforto de vender cartões buscando spread”, diz o executivo.
Com as rendas massivas, a instituição está com agenda focada na vinculação, principalidade, e engajamento tornado o atendimento mais regional e próximo do cliente com maior personalização. “O cliente de renda massiva que precisa de menos, ele precisa de um bom cartão, de uma boa conta, ele precisa de um bom crédito, uma experiência digital impecável”.
Sobre a baixa renda ter gerado um resultado negativo no balanço anterior; “Não é uma exclusividade do Santander, outros bancos estão tendo desafios nesse segmento, mas sem dúvidas a gente quer ser rentável em cada um dos segmentos, a gente não quer que um segmento financie o outro”.
O banco pretende crescer em despesas com a baixa renda, reduzindo a base de gastos com o setor carteirizado de média renda, e pequenas empresas. Com a alta renda o foco são as comissões, e negócios carteirizados do Select.
Gastos com inadimplência
Segundo o demonstrativo, a inadimplência apresentou queda a curto prazo de 15 a 90 dias em pessoa física, e pessoa jurídica. Acima de 90 dias, a carteira renegociada está em alta, o que elevou o NPL (empréstimos não pagos), e as provisões, resultado já esperado pelo banco.
O custo de crédito elevado tem relação com o portfólio que está crescendo; “Com mais portfólio a gente espera que o custo de crédito seja menor, a gente faz as provisões ajustes olhando nome a nome”.
Já a margem financeira teve um bom desempenho com cliente e mercado, com crescimento de 4,8% no comparativo trimestral puxado pelo crédito no varejo. A evolução do spread é resultado de maior seletividade.
Queda da Selic é um desafio para o banco
O ajuste na carteira, aumento no apetite de risco, demanda de crédito por parte dos clientes, concorrência de mercado, e a queda da Selic são desafios para crescer o portfólio e equilibrar a margem.
Para conseguir equacionar a variável, o CEO afirma que o banco aposta em um crescimento saudável; “A gente cuida do spread do lado do ativo, em alguns casos a gente vai buscar dois dígitos em portfólio crédito pessoal, eu espero que seja suficiente para compensar o que a gente vai ter de desafio por conta de Selic”.
Sobre o atacado executivo diz ser uma questão de rentabilidade, um banco de investimento; “O apetite e a demanda é maior no varejo PF, existe demanda no atacado menor do que a gente gostaria de ver. A gente busca a captação no próprio mercado de captação com uma agenda rentável”.
A instituição teve um lucro líquido de 2,2 bilhões, em relação ao balanço anterior as receitas cresceram 11%, e o lucro líquido teve um crescimento de 30%. Nível considerado adequado pelo banco que segue otimista e animado com a lista de receitas.